A raça crioula e alguns dos cavalos caros do Brasil
O mercado de cavalos tem chamado a atenção de muitos investidores no Brasil. A cada ano, o setor de cavalos no Brasil avança 12%. Em 2015, faturou R$ 16 bilhões, segundo o IBGE e, para o ano que vem – quando a economia deve mostrar sinais de recuperação -, os números certamente serão ainda mais animadores. É um mercado dividido por raças específicas de cavalos, como o quarto de milha (as vendas de cavalos quarto de milha crescem a 35%, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), o mangalarga marchador e a raça crioula, que são algumas das raças mais rentáveis no país. O interessante é que os investimentos não vêm somente de criadores profissionais de cavalos ou profissionais do ramo de animais, e sim de áreas bastante diversificadas.
É difícil dizer que uma raça é mais cara que a outra, pois os preços variam de acordo com a funcionalidade do cavalo, mas a raça crioula tem se destacado nos últimos anos. Empresários e profissionais de áreas como a medicina, engenharia e advocacia têm sido atraídos pela alta rentabilidade do mercado de cavalos crioulos, tornando-se os responsáveis por quase 600% da sua valorização na última década. A criação de cavalos também é responsável por cerca de 32 milhões de empregos diretos e indiretos.
O valor de um cavalo
Você já deve estar se perguntando: o que faz um cavalo valer tanto?
O valor de um cavalo pode ser determinado por vários critérios diferentes. O mais importante deles é o número de coberturas (também chamados de acasalamentos) que ele tem capacidade de realizar por ano. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), são 150 coberturas para cavalos campeões e 125 para os demais.
Mas não é só isso, não. Para as coberturas do cavalo terem um valor alto, são essenciais também a beleza e a funcionalidade. Acrescente a isso a conquista de competições da raça e fica impossível prever a qual valor ele pode chegar. O Freio de Ouro, por exemplo, é uma competição anual exclusiva do Cavalo Crioulo, onde podem ser comprovadas as habilidades de cavalo e ginete, reproduzindo nas pistas o trabalho do dia a dia no campo. É um conjunto de provas que testam a doma, a resistência, a docilidade, a aptidão e a coragem, que formam a funcionalidade do cavalo crioulo. Hoje, o Freio de Ouro é o principal indicador de aperfeiçoamento e seleção da raça Crioula.
Cavalos crioulos: entre os mais caros do Brasil
Alguns cavalos da raça crioula chamaram a atenção nos últimos anos, entre eles o garanhão JLS Hermoso, propriedade da Cabanha Maior, de Santa Catarina. Por conta de seu temperamento e movimento, ele produziu animais de alta qualidade morfológica e funcionalidade muito competitiva. Como cada cobertura foi vendida a R$ 108,33 mil e considerando que ele pode ter 150 coberturas por ano, chegou-se ao seu valor atual de R$ 16,25 milhões, o que muitos consideram como o mais caro do Brasil.
Cadejo da Maior, filho do garanhão JLS Hermoso, também está entre os mais caros. Tem menos de 15 anos, mas já conquistou os maiores títulos da raça crioula: Bocal de Ouro, Freio de Ouro e ótimas colocações no Freio da FICCC. Atualmente está avaliado em R$ 6 milhões. Com pouquíssimo tempo nas competições e o grande destaque já conquistado, seu valor tem o potencial de aumentar cada vez mais. À medida que ele atingir mais pontuações em competições ao longo da carreira, vai somar pontos para o pai, JLS Hermoso, também.
Destaque da Maior é outro dos cavalos crioulos mais caros do país, avaliado em R$ 2,5 milhões. Comprado por “apenas” R$ 250 mil, multiplicou em dez vezes seu valor em apenas dois anos ao vender duas cotas de 5% com direito a seis coberturas anuais a R$ 100 mil cada. Ele se classificou em quarto lugar na grande final do Freio de Ouro duas vezes e está cotado para obter boas colocações nas próximas competições. Ah, e é claro, ele também é filho de JLS Hermoso. Pense numa genética boa!
Investimento
O dinheiro que tem sido investido para criar animais de destaque é direcionado para melhoria genética, alimentação e treinamento. Todo investidor aposta na melhor combinação possível de genética, morfologia e treinamento, com a esperança de que o cavalo tenha a capacidade de produzir características de alto valor na raça. A medicina desses animais também está em fase muito avançada.
O já mítico JLS Hermoso é um exemplo disso. O investimento e a confiança que seus donos exerceram nele já se pagaram em proporções até exponenciais. Há muita pesquisa, aposta e paixão pelo animal em jogo. E o melhor de tudo? Ganhar dinheiro fazendo o que se gosta.
E você, o que acha da raça crioula? Deixe sua opinião nos comentários!