Conheça as funções do sindicato rural de uma cidade
Um sindicato deve representar um grupo de pessoas que trabalha no mesmo segmento com o objetivo de trazer segurança, saúde e satisfação nas tarefas exigidas pelo empregador. A organização sindical é uma entidade civil e que não possui fins lucrativos. Seu foco é representar legalmente os trabalhadores e as trabalhadoras.
O papel de um sindicato vai muito além de exigir os direitos básicos de um colaborador, a organização deve buscar pelos direitos ainda não alcançados e por melhorias das condições de trabalho. Os sindicatos rurais são diferentes de outras organizações nesse sentido. Continue acompanhando o texto para saber mais desse assunto.
Funções de um sindicato rural
Antes de se filiar a um sindicato rural, é importante se lembrar de que a organização escolhida deve estar filiada à Confederação dos Trabalhadores na Agricultura em Brasília (Contag) e à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado. Se esses itens estiverem em ordem, passe para os próximos pontos que você deve verificar antes de se filiar e a pagar sua contribuição sindical.
Para garantir comodidade, bem-estar, segurança, saúde, satisfação e prosperidade para o trabalhador rural e sua família, o sindicato deve atuar em diversas frentes e sempre estar atento a novidades. A organização deve batalhar por benefícios, dissídio, rescisão contratual, declarações para aposentadorias rurais, melhores condições de trabalho e pelos direitos atendidos da Previdência Rural. Esses são alguns dos pontos essenciais que um filiado a um sindicato rural deve cobrar da organização. Além disso, a luta contra o trabalho de crianças e adolescentes, trabalho escravo e condições de trabalho abusivas fazem parte das obrigações de um sindicato.
Um sindicato rural também pode se atentar a outras questões que envolvem o universo do agronegócio, tais como:
- Tirar dúvidas sobre profissionais que podem ajudar na produtividade da fazenda e a aumentar o bem-estar dos animais, tais como o zooctenista e o veterinário.
- Sustentabilidade: o que é, como exercer e como dissipar a informação.
- Resgate de valores culturais.
Como um sindicato rural se sustenta
Até agora vimos muitos das vantagens que um sindicato deve trazer para os seus filiados. A pergunta que fica é como esses sindicatos conseguem se manter se são entidades sem fins lucrativos? Para ajudar você a responder essa questão, fizemos uma seleção dos meios que um sindicato pode seguir para conseguir estabilidade financeira. Confira:
- Contribuição Social (anuidades ou mensalidades fixadas aos seus associados). Ao se filiar preste bastante atenção para entender quais são os valores que você deve pagar e qual é a periodicidade que eles serão cobrados.
- Contribuição Sindical Rural (ou CSR)
- Dinheiro angariado com eventos do ramo, tais como exposições de animais, máquinas ou novas tecnologias, feiras, leilões, workshops, rodeios e muito mais.
- Contribuição Confederativa
- Aluguéis de imóveis
- Doações
- Convênios
A história dos sindicatos no mundo e no Brasil
O conceito de sindicato foi criado durante o período da Revolução Industrial (1760 – 1840), que trouxe novos processos de manufatura para o mundo. Nesse momento histórico, muitas pessoas são tiradas dos campos e dos empregos em que estavam para trabalhar na cidade. Então surgiu uma nova classe social chamada proletariado.
O crescimento desenfreado das indústrias e da população da cidade trouxe sérios problemas sociais. As pessoas não possuíam condições financeiras para morar em um lugar seguro, com saneamento básico, energia elétrica e conforto. Além disso, não havia dinheiro suficiente para comprar alimentos que pudessem compor uma boa alimentação. Para completar, o trabalhador saia de uma casa nada ideal para um local de trabalho pior ainda.
O principal cenário desse momento histórico foi a Inglaterra, na Europa. A Terra da Rainha teve que lidar com o surgimento de diversas empresas de forma desenfreada. Com isso também surgiram métodos abusivos de trabalho.
Os donos das indústrias ofereciam um ambiente sujo, insalubre e sem instrumentos ou regras básicas de segurança e proteção individual. Nesse espaço os trabalhadores eram obrigados a seguir métodos abusivos para cooperar com uma linha de produção efetiva. Como se não fosse o suficiente, o quadro de empregados contava com homens e mulheres adultos, idosos, mulheres grávidas, crianças (a partir dos 6 anos) e adolescentes que deveriam se esforçar em uma jornada que durava de 14 a 16 horas. Afinal, a demanda era grande e o gasto com o trabalhador deveria ser o menor possível.
As condições de trabalho fizeram com que os empregados criassem consciência e pensassem coletivamente em um jeito do trabalhador ter os direitos básicos. Depois de tudo que contamos dava para entender por que eles começaram a pensar desse jeito, não é mesmo?
No Brasil, as primeiras greves aconteceram em 1917, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1931 havia 44 sindicatos no Brasil e em 2001 já havia mais de 15 mil.