A história da festa de São João
A festa junina é uma das celebrações mais esperadas do ano pelos apaixonados pelos pratos típicos feitos à base de milho e para os dançarinos de quadrilha. É um evento divertido em que é possível brincar até na escolha da roupa, criando um visual caipira com pintinhas no rosto e chapéu de palha na cabeça. Se você está entre os que adoram esse tipo de festa, vai gostar de conhecer a sua história!
A história da Festa Junina – de festa pagã a festa religiosa
Em junho são celebrados três santos: Santo Antônio (13 de junho), São João Batista (24 de junho) e São Pedro (dia 29). Dentre as três datas, foi o dia de São João que se tornou mais simbólico para a festa caipira, contudo, durante todo esse mês e até em julho é possível participar dessas festividades. Tem quem organize até festas agostinas…
Quem foi São João?
São João Batista foi um importante pregador itinerante da Judeia, onde acredita-se que ele nasceu por volta de 2 a.C., e na Galileia, onde faleceu em 28 d.C. Segundo a Bíblia, foi ele quem batizou Jesus e ajudou a difundir a necessidade do batismo como forma de purificar a alma. Era filho de um sacerdote e sua mãe era prima da família do primeiro sumo sacerdote, Aarão (profeta e irmão mais velho de Moisés).
João foi aprisionado na Pereia devido a uma ordem do Rei Herodes, que temia que ele liderasse uma revolução. Após dez meses de encarceramento, São João foi morto devido à conspiração de Salomé, filha de Herodes, que persuadiu o rei a determinar a execução.
Origens da Festa Junina
A origem da festa junina remonta a uma época anterior ao Cristianismo, quando os antigos do Hemisfério Norte festejavam o solstício de verão entre os dias 21 e 22 de junho (data em que o dia é mais longo e a noite mais curta). Povos como os egípcios e os celtas aproveitavam essas festas para realizar rituais em que se pedia mais fartura.
O continente europeu efetuou rituais pedindo fertilidade até meados do século 10. Foi nesse momento que a Igreja Católica percebeu que não conseguia dar fim aos festejos pagãos e, então, resolveu ressignificar seu sentido como datas religiosas, homenageando três santos num único mês.
Festa Junina no Brasil
Em nosso país essa época do ano é marcada pelo início do inverno, mas também sempre contou com uma série de rituais indígenas antes da chegada dos portugueses. Os índios aproveitavam as festividades para celebrar os alimentos com muitos pratos típicos, danças e bebidas. Os jesuítas que se instalaram no Brasil perceberam que poderiam engajar os índios em celebrações cristãs, fundindo-as aos seus costumes festivos de junho.
Essa fusão deu origem ao que conhecemos atualmente como festa junina, em que se celebram santos como São João ao mesmo tempo em que há uma grande variedade de pratos feitos com alimentos nativos.
Festa caipira
A alcunha de festa caipira com direito a fantasias deve-se ao fato de que, até meados da década de 1920, a sociedade brasileira era essencialmente rural: cerca de 70% da população vivia no campo. As festas juninas de maior porte são realizadas na região Nordeste do Brasil, com destaque para Campina Grande, na Paraíba, e Caruaru, em Pernambuco.
Tradições das Festas Juninas – passado e presente unidos
Uma festa caipira sem dança de quadrilha, comilança e músicas típicas não pode ser considerada uma festa junina de verdade, não é mesmo? Mas você sabia que algumas das tradições mais recorrentes do festejo têm origens em outros países? Confira abaixo.
Dança de quadrilha – origem francesa: uma das principais diversões das festas juninas, a dança de quadrilha tem sua origem nas contradanças francesas que eram populares nos salões do século 17. Nessas danças, os casais realizavam movimentos coreográficos divertidos. Os portugueses as trouxeram para o Brasil, e é claro que os moradores daqui a adaptaram até que se tornaram parte fundamental dos festejos de junho.
Sentido da fogueira: os pagãos utilizavam a fogueira em suas celebrações da mesma forma que os índios e os católicos também encontraram uma razão para manter essa tradição na festa do dia de São João. Santa Isabel, a mãe de São João, havia combinado com a Virgem Maria (mãe de Jesus) que, assim que o filho nascesse, acenderia uma fogueira para avisá-la. Ao avistar o fogo, Maria pode ir visitá-la.
Cardápio nativo: como foi citado acima, os índios do Brasil realizavam festas em junho com direito a muita comilança de pratos feitos com base nos grãos e raízes locais. Essa tradição foi mantida pelos portugueses, que deram alguns toques europeus no cardápio, e hoje todo mundo saboreia delícias como milho-verde, pipoca, pé-de-moleque, amendoim, bolo de fubá, quentão, entre outros.
Música para a festa: cada região tem preferência por um tipo de música na hora da celebração. Na região Nordeste, o destaque fica para o forró de Luiz Gonzaga e tantos outros nomes. No Sudeste, os sucessos mais tocados em volta da fogueira tradicional são aqueles de autoria de Lamartine Babo, Adalberto Ribeiro e João de Barro. Porém, nos últimos anos, com o surgimento e fortalecimento da nova geração da música sertaneja, o estilo tem sido um dos preferidos entre os “caipiras” festeiros. Algo que tem gerado muita discussão com os forrozeiros…
O que você mais gosta nas festas de São João? Deixe o seu comentário!