A importância do desfile de cavaleiros no universo country
O desfile de cavaleiros está na essência da cultura sertaneja e tropeira. Hoje nós da equipe do blog Rodeo West vamos mostrar alguns exemplos dessa celebração que acontecem por todo o Brasil. Também vamos contar um pouco da cultura tropeira e sertaneja. Acompanhe!
Os cavaleiros da comitiva Bigode de Ouro
Há 15 anos a comitiva Bigode de Ouro sai da cidade de Bela Vista de Goiás, no estado de Goiás, para a cidade de Trindade, no mesmo estado. O motivo é a devoção pela fé e pela cultura tropeira. Na cidade de Trindade acontece a Festa do Divino Pai Eterno com uma programação cheia de missas, novenas, orações de terço e procissões. E, é claro, o desfile dos cavaleiros, carreiros e muladeiros.
Em 2016, a comitiva contou com 80 integrantes e 70 animais. O percurso tem cerca de 80 quilômetros de distância e demora, aproximadamente, 4 dias. Além dos cavaleiros, há uma equipe de apoio que acompanha o grupo.
Tropeada e Semana do Tropeiro
A cidade de Sorocaba, no interior do estado de São Paulo, registrou a 50ª Semana do Tropeiro em maio de 2017. A comemoração tem o objetivo de celebrar a cultura tropeira. Nesse período há apresentações artísticas, exposições, oficinas e a já conhecida tropeada.
A tropeada começa com a partida dos cavaleiros alguns dias antes do início oficial da cidade de Itararé, também no interior do estado de São Paulo. Em 2017 foi o ano da 12ª edição da Tropeada Itararé à Sorocaba.
Os cavaleiros cavalgam pelas cidades de Itararé, Itaberá, Itapeva, Taquarivaí, Buri, Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Sarapuí, Pilar do Sul, Piedade, Votorantim e por fim chegam a Sorocaba. Foram cerca de 444 quilômetros feitos em, aproximadamente, 10 dias. O desfile de tropeiros, cavaleiros, muladeiros e charreteiros aconteceu no 11º dia no Desfile de Encerramento da 50ª Semana do Tropeiro de Sorocaba.
Tradicional Desfile de Cavaleiros do Sumaré Arena Music
Em abril de 2017, a cidade de Sumaré, no estado de São Paulo, recebeu mais uma edição do Desfile de Cavaleiros do Sumaré Arena Music. A celebração da cultura tropeira e sertaneja aconteceu um dia antes do Sumaré Arena Music, que ocorreu no parque aquático Expo Águas na mesma cidade.
Cavalos, charretes, carros de boi, mulas e burros puderam fazer parte da celebração que ocorreu no centro da cidade interiorana. Ao longo dos anos, o desfile foi reunindo cavaleiros de diferentes estados do País. Sempre envolvendo um grupo de pessoas de todas as idades que apenas desejam celebrar essa cultura e não a deixar ser esquecida de modo algum.
Desfile de cavaleiros em Pouso Alegre
A população da cidade de Pouso Alegre, no sul do estado de Minas Gerais, também pôde contar com uma celebração da cultura sertaneja e tropeira em 2016. Organizado pela Comitiva dos Amigos, houve um desfile de cavaleiros e amazonas, partindo da Central Municipal de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros (Cema).
O percurso teve cerca de 3 quilômetros e foi feito pelas principais avenidas e ruas da cidade. Cavalos, bois, carroças e pôneis foram cordialmente domados por pessoas de todas as idades que participaram da celebração.
E a frente do percurso estava sempre a imagem da Nossa Senhora de Aparecida, santa padroeira do Brasil e também do rodeio. Fizemos um post em que você pode ler mais sobre a conexão da Nossa Senhora de Aparecida com a cultura de rodeio.
A cultura tropeira
Durante o período de 1500 a 1822, chamado de Brasil Colônia, os comerciantes que viajavam nas regiões conhecidas hoje em dia como os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Minas Gerais e São Paulo eram conhecidos como tropeiros.
Os tropeiros faziam o transporte e a venda de animais, principalmente mulas e cavalos. O trabalho deles não era fácil, afinal eles tinham que guiar animais por matas fechadas durante longos períodos. Para facilitar a organização dos animais eles usavam o berrante, que também pode ser conhecido como binga, guampo ou buzina em algumas regiões do Brasil. Descubra mais sobre a cultura berranteira.
Para se manter firme nos tempos de viagem, os tropeiros levavam alimentos que eram fáceis de carregar, preparar e guardar. Os pratos dessa época ainda são muito bem-vindos no cardápio atual. Um bom virado de feijão, curau, canjica e cuscuz são de deixar água na boca, não é mesmo?
Além da comida, a cultura tropeira tem mais influência no nosso dia a dia do que imaginamos. Até em expressões! A pergunta “Você já amarrou o burro na sombra?” quer tentar saber se a pessoa está vivendo uma vida cheia de mordomias. O ditado vem do fato do burro ser um animal usado para trabalho pesados, então se ele está na sombra é porque está tudo certo.