Gado pantaneiro: patrimônio cultural do Pantanal
Em 2017, o gado pantaneiro foi reconhecido como Patrimônio Cultural e Genético do Estado de Mato Grosso do Sul. Trata-se de um verdadeiro símbolo do bioma, esses animais fazem parte da história da região como poucas espécies. Continue lendo para saber mais.
Gado pantaneiro: título de Patrimônio Cultural e Genético do Pantanal
O gado pantaneiro recebeu o título de Patrimônio Cultural e Genético do Pantanal através do decreto legislativo 589/2017. Esses animais tiveram participação ativa na construção da história desse bioma e, dessa forma, esse título é merecido. Além da questão cultural, não se pode deixar de mencionar a relevância desse gado no tocante à produção de carne e leite de alta qualidade.
Destacam-se dentre as qualidades desses animais a sua capacidade de adaptação, o comportamento de rebanho e a sua proteção contra predadores. Essa é uma raça de origem europeia que possui influências de animais portugueses e espanhóis, pelo menos 11 raças distintas. É muito interessante observar como esses animais estão completamente adaptados ao bioma atualmente.
Raça importante para seleções
Essa raça bovina tem grande relevância para seleções devido ao fato de ter tido importante papel histórico e genético para a região, além de apresentar grande facilidade de adaptação. Inclusive, esses animais têm sido utilizados em uma série de estudos, tanto com o foco de proteção da raça, quanto para conseguir perpetuar as suas qualidades.
Conheça a história do gado pantaneiro
A história do gado pantaneiro, no Brasil tem início durante o período colonial, quando os portugueses ainda estavam conhecendo o território. A raça preservou a sua rusticidade ao longo de todo esse período em que está por aqui. Esses animais se destacam na pecuária por terem grande potencial produtivo.
O gado pantaneiro apresenta excelente produção de carne e leite independente das diferentes temperaturas do bioma e dos períodos extensos de alagamentos e secas. E não podemos deixar de citar o quanto é impressionante essa manutenção de produção mesmo em um contexto em que há uma série de predadores relevantes.
Esses bovinos foram a base da economia regional do Centro-Oeste brasileiro até meados do século XX. Os animais eram utilizados para diferentes atividades como transporte, carga, sela e até mesmo para dar impulso aos moinhos. O gado pantaneiro é também uma figura presente em poemas e modas de viola, mais uma comprovação da sua importância para a região.
Perda da pureza genética
Houve uma série de cruzamentos desordenados de gado pantaneiro e nelore, objetivando facilitar o transporte dos rebanhos durante certo período. Isso acarretou na perda da pureza genética e ainda potencializou o risco de extinção dessa raça. Para se ter uma ideia, atualmente, há em torno de apenas 500 indivíduos puros.
Esse pequeno número de animais puros são criados por um núcleo de conservação associado à Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Há algumas dezenas de animais puros vivendo em situação selvagem no estado.
Principais características do gado pantaneiro
O gado pantaneiro é uma raça que apresenta ampla variedade consanguínea, reflexo dos inúmeros cruzamentos. Dessa forma, não existe um padrão físico racial. Uma das características mais relevantes desse gado é a sua grande resistência ao calor. Algo curioso, haja vista que são animais de origem europeia, que geralmente têm dificuldades de se adaptar às condições climáticas do Brasil.
Também se caracteriza por serem animais com excelente fertilidade, inclusive, há estudos que apontam precocidade sexual. No entanto, se trata de uma característica pouco destacada, atualmente, haja vista que existem poucos animais de sangue puro. É necessário pontuar que quanto mais cruzamentos ocorrem mais fácil é que as características genéticas do gado pantaneiro se percam.
Esse gado ainda se diferencia por sua grande resistência aos parasitas da região pantaneira. Devemos lembrar que o bioma do Pantanal tem condições imprevisíveis de clima e do ciclo da água. Os cascos dos animais dessa raça são bastante resistentes, mesmo expostos às condições de alagamento da região.
Camuflagem e proteção
Uma curiosidade sobre o gado pantaneiro é a habilidade que os bezerros têm de se manter estáticos, podendo passar para os predadores como parte do cenário. As vacas dessa raça são ótimas mães e também atuam ativamente para manter seus filhotes em segurança. Tais características são determinantes para a sobrevivência desses animais no Pantanal.
Aparência física do gado pantaneiro
Em relação às características físicas, o gado pantaneiro ainda preserva traços europeus. Esses bovinos são de pequeno a médio porte, o seu tronco caracteriza-se pela robustez e as suas patas são curtas.
Apresentam altura média de 1,30 metros e seu peso médio é de em média 450 quilos. Considerando que são animais que vivem no Pantanal, é um porte considerável.
A pelagem desse gado apresenta variação de coloração, resultado da alimentação e da época do ano. A cor predominante da pelagem é a castanha, isso facilita a sua camuflagem na paisagem, particularmente no período de seca.
Gostou de saber mais sobre o gado pantaneiro? Acesse outras postagens do blog da Rodeo West para conferir mais dicas e novidades sobre o universo country!
Fonte imagem: pexels.com