As conquistas e os avanços das mulheres no agronegócio
Agronegócio

Mulheres no agronegócio: participação feminina no setor

A participação de mulheres no agronegócio brasileiro vem crescendo e se reflete na conquista de uma voz mais potente no setor. Embora muitos avanços tenham sido feitos, ainda há diversos pontos a serem melhorados. Continue lendo para entender mais sobre o tema.

Mulheres no agronegócio: mudanças gradativas

Em 2021, o Agroligadas, coletivo de mulheres ligadas ao agronegócio sem fins lucrativos, divulgou uma pesquisa que aponta a maior participação feminina no setor. Essa pesquisa contou com o patrocínio da Corteva Agriscience, do Sicredi e da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). 

O objetivo dessa pesquisa era ter a perspectiva feminina no campo a partir do olhar de quem vivencia a experiência cotidianamente. O público da pesquisa foi composto por 408 mulheres, com média de 40 anos de idade e residentes em diferentes pontos do país. 

Nesse grupo, 69% são proprietárias e/ou arrendatárias de terras. Uma parcela de 17% é composta por gerentes, diretoras e administradoras. Entre elas, 16% são empregadas ou supervisoras, 15% são veterinárias, zootecnistas e agrônomas ou estagiárias (4%).

As conquistas e os avanços das mulheres no agronegócio

Ao longo dos anos, o número de mulheres trabalhando nos setores de agricultura e pecuária vem crescendo gradativamente. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), entre 2004 e 2015, a participação feminina no agronegócio saiu de 24,1% para 28%.

Observando o panorama exposto pela pesquisa realizada pelo coletivo Agroligadas fica evidente que sempre houve participação feminina no campo. No entanto, por um longo período essa participação se restringiu a funções secundárias. 

As posições de liderança começaram a ser conquistadas recentemente no agro. Há a perspectiva de novos avanços. O cenário que essa pesquisa apresenta deixa claro que a mulher, que antes era o apoio do marido, agora é a proprietária de terras. A mulher do agronegócio atual administra sua própria lavoura. 

No entanto, as entrevistadas pela pesquisa afirmaram que mesmo tendo mais direitos agora, do que há dez anos, ainda há muito a conquistar. Para 79% das participantes do estudo, a questão da desigualdade melhorou consideravelmente. Mas, 64% delas afirmam que a questão ainda existe. 

As preocupações mais citadas pelas participantes dizem respeito ao desempenho dos negócios e ao acesso à qualificação profissional. Porém, de maneira geral, existe uma visão positiva por parte das mulheres do agro, 97% delas disseram estar felizes com seu trabalho e 93% afirmaram ter orgulho.

Mulheres no agronegócio: o que precisa mudar?

Embora o cenário atual das mulheres no agronegócio seja muito mais positivo do que nas décadas passadas, ainda há muito que ser mudado. Uma das questões mais relevantes apontadas pelas participantes da pesquisa tem relação com a diferença salarial entre homens e mulheres.

Ao menos metade das respondentes identifica que ainda há distinção de salários devido ao gênero. Além dos salários, as mulheres do agro se deparam também com maiores dificuldades de obter acesso a linhas de crédito, financiamentos e tecnologias. Para os homens esses acessos tendem a ser mais fáceis.

As participantes também mencionaram outros tópicos como a falta de autonomia para tomar decisões, por exemplo. Ainda existe desigualdade de gênero no campo mesmo que muitas melhorias tenham ocorrido nos últimos anos. 

Participação feminina em cargos de liderança ainda é pequena

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, a participação das mulheres na administração de empresas do agro é de apenas 19%. Mas, como citamos ao longo do texto, o setor do agronegócio vem se comprometendo a empreender uma mudança desse cenário. 

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio, 31% das propriedades rurais, como a tradicional fazenda, já são gerenciadas por mulheres. Inclusive, boa parte dessas propriedades já nasceu com a liderança feminina. 

Quando a gestão da empresa rural é feita por uma mulher, naturalmente, há o incentivo para ter mais mulheres no grupo de trabalho. Por isso é tão importante que cada vez mais mulheres ascendam a posições de liderança no setor do agronegócio que é tão conhecido pela forte presença masculina.

Crescimento gradual e em todas as posições

O crescimento da presença feminina no campo vem acontecendo gradualmente nos últimos anos. Esse é um processo que está em pleno curso e se observa o aumento da presença feminina em diferentes cargos e funções. Essa diversidade é essencial para que mais mulheres tenham a oportunidade de assumir o controle de suas vidas através do trabalho.

Seja dentro ou fora das porteiras das propriedades, elas vêm demonstrando que tem tudo para se consolidar nesse setor. O Brasil é um dos países com maior destaque no cenário do agro mundial e como tal precisa de uma força de trabalho qualificada. O aumento da qualificação feminina vem contribuindo para a construção de um agro mais forte. 

Gostou de saber mais sobre a participação feminina no setor do agronegócio? Acesse outras postagens do blog da Rodeo West para conferir mais dicas e novidades sobre o universo country!