Sucessão familiar: dicas para realizá-la no agronegócio
O processo de sucessão familiar em empreendimentos rurais é relativamente comum, no entanto, vem adquirindo cada vez mais complexidade com o passar do tempo. A transferência de controle das atividades é fundamental para a continuidade, assim como se dá em empresas de todos os setores. Confira, a seguir, dicas para superar os principais desafios no caminho.
O que é sucessão familiar?
De forma resumida, o processo de sucessão familiar no agronegócio consiste na transferência de um empreendimento para a gestão seguinte. O gestor atual transfere o controle das atividades para o gestor seguinte, de maneira que se possa dar continuidade à empresa. A pessoa que assume os negócios é o sucessor.
Trata-se de um modelo bastante utilizado no agronegócio brasileiro e que contribui para evitar danos de ordem emocional e prática para as famílias proprietárias de terras. Para que esse processo transcorra com tranquilidade e seja bem-sucedido é determinante que haja um sólido planejamento. A organização e clareza do processo de sucessão familiar evita transtornos para o negócio e também para as relações familiares.
Sucessão familiar: como funciona o processo?
Entre os pequenos agricultores, a sucessão familiar é um processo bastante comum, porque, em geral, a gestão das propriedades rurais é feita no âmbito familiar. Logo, para que o empreendimento rural tenha continuidade, é determinante que os integrantes da família tenham o desejo de assumir a gestão.
A geração que está no comando dos negócios deve preparar a geração seguinte para assumir o seu lugar. Os pais devem ter um diálogo franco e aberto com seus filhos sobre a necessidade deles assumirem a gestão em algum momento. Essa conversa deve acontecer enquanto os mais velhos se encontram em plenas condições físicas e mentais para o trabalho. É importante ensinar e capacitar a geração seguinte para assumir seu lugar.
O sucessor precisa ser definido e alertado sobre o papel que terá para os negócios para que possa estar pronto para os desafios que o aguardam. A transferência deve ser feita em um período de um ano e meio a dois anos, para que seja concretizado com serenidade. Nesse período, devem ser devidamente esclarecidas as responsabilidades e direitos dos herdeiros.
Nesse processo, é crucial que se considerem três pontos-chave: transferência de gestão dos negócios, transferência patrimonial e rateio dos rendimentos da empresa rural. É um processo complexo, mas que é determinante para a continuidade do empreendimento rural.
Dicas para realizar o processo de sucessão familiar
A seguir listamos dicas essenciais para tornar o processo de sucessão familiar mais tranquilo, permitindo, assim, que as empresas rurais continuem prósperas.
1. Capacitação dos sucessores
O sucessor da gestão atual deve estar plenamente capacitado para essa função. É importante que esse indivíduo tenha conhecimentos técnicos de administração e das atividades do empreendimento. Além de receber educação formal para assumir o cargo de gestor, é determinante que o sucessor se familiarize com a função.
O gestor atual deve dedicar um ou dois anos para um gerenciamento a quatro mãos. Assim, aquele que assumirá a posição de gerente conhecerá todas as suas funções e como executá-las. Quando essa sucessão é planejada com antecedência e sem pressionar a geração seguinte, é possível realizá-la com tranquilidade.
2. Adequação do processo à família
A sucessão familiar é um processo que mexe com as emoções de todos os membros da família. Para evitar que isso se torne um problema para chegar a uma escolha de sucessor (ou sucessores), é interessante adequar o processo à dinâmica da família. A observação do comportamento de cada membro envolvido ajuda a identificar como tornar tudo menos traumático.
Conforme se percebe que algum tema está se tornando polêmico, é possível reconsiderar. Saber manejar todos os envolvidos para a anuência da decisão do gestor atual é crucial para o sucesso do empreendimento.
3. Investimento em inovações tecnológicas
Para muitos donos de fazenda parece desafiador convencer a geração seguinte a permanecer no ambiente rural para gerir o empreendimento. Em parte, isso se deve à falta de desejo dos mais jovens de permanecer no campo. Uma forma de driblar essa resistência é investir em inovações tecnológicas que tornem o trabalho na propriedade rural mais dinâmico.
Além de ser mais instigante gerenciar uma propriedade alinhada com as inovações tecnológicas, é uma forma de dar mais liberdade para o gerente ter uma vida fora da fazenda. Apesar do velho ditado que diz “o olho do dono é que engorda o gado”, sabemos que a tecnologia dá mais liberdade para quem não é, exatamente, fã do ambiente do campo.
4. Paciência
Por fim, é essencial que a geração que está no comando tenha paciência para preparar e conduzir a sucessão familiar. E lembre-se de que nunca é um bom caminho pressionar e forçar que os filho se comprometam com a gestão do empreendimento sem que tenham a oportunidade de refletir a respeito.
Sucessão familiar é um processo complexo, mas necessário!
Fonte imagem: mundozumm.com.br