Pastagens degradadas: aprenda recuperá-las
A recuperação de pastagens é um processo essencial dentro da pecuária. Continue lendo para entender mais sobre as etapas do processo e confira dicas de como colocar em prática. Boa leitura!
Recuperação de pastagens: o que é?
Na pecuária, o procedimento de recuperação de pastagens é fundamental para a manutenção das atividades da fazenda. É importante que o criador compreenda como aproveitar o potencial máximo do período das águas.
O planejamento desse processo deve ser iniciado em março, no momento em que as chuvas cessam. O procedimento pode ser dividido em duas grandes etapas, que são: coleta de amostra do solo da área degradada (entre março e maio) e calagem (entre os meses de maio e julho/agosto).
Inicialmente, é necessário avaliar o estande, isto é, o número de plantas que irão permanecer na área. Também é importante avaliar as pragas da pastagem, como plantas invasoras e cupins.
Essa etapa demanda que sejam estabelecidas formas de controlar a área. Os meios de controle podem ser mecânicos (demolidor de cupom ou roçada) ou então químicos (cupinicida e herbicida).
A segunda parte desse procedimento consiste na calagem, que nada mais é do que o processo de correção do pH do solo. Essa correção é muito importante, haja vista que em um solo ácido não há disponibilidade de nutrientes fundamentais para as plantas. A acidez ainda propicia a presença de elementos tóxicos como alumínio e manganês.
Após a análise das condições do solo, é feito o cálculo para determinar a quantidade de calcário necessário. A aplicação do calcário é feita na superfície da área da pastagem degradada se houver estande o bastante para se recompor. No entanto, quando não há estande suficiente ou se deseja trocar a espécie forrageira, é recomendado incorporá-lo durante a própria calagem.
Recuperação de pastagens degradadas: confira dicas de como fazer
A recuperação das pastagens degradadas é fundamental para manter a boa nutrição animal. Confira abaixo algumas dicas de como realizar esse procedimento.
1 – Planejamento de adubações
Após a calagem ter sido feita, é necessário dar início ao processo de adubação. Normalmente, se usam dois tipos de fertilizações, sendo uma delas a fertilização de correção, que normalmente utiliza fósforo, micronutrientes e potássio.
O segundo tipo de adubação é aquele dedicado à manutenção e utiliza fertilizantes nitrogenados. O fertilizante nitrogenado permite ainda modular a produção do pasto. A lógica é a seguinte: quanto maior o número de animais por hectare, maior deverá ser a dose do nutriente nitrogenado aplicado nas fertilizações de manutenção.
2 – Cuidados com os processos
A recuperação de pastagens é um processo que gera custos e demanda bastante trabalho, sendo interessante prevenir a degradação. Os cuidados preventivos devem se centrar em três fatores específicos, são eles:
– Manutenção da fertilidade do solo;
– Conservação do solo;
– Manejo adequado de plantas forrageiras.
Com esses cuidados a pastagem não se degrada. Se for necessário empreender a recuperação das pastagens, vale a pena analisar quais são os aspectos que devem ser corrigidos no manejo atual.
3 – Atenção a escolha da forrageira
No processo de recuperação de pastagens não é possível trocar a forrageira, no entanto, na reforma essa troca pode ser feita. É importante compreender o estado atual do pasto e quais são os objetivos ligados a ele para tomar uma decisão acertada.
Dentre os aspectos que precisam ser considerados estão a resistência da forrageira às cigarrinhas das pastagens, além da adequação da espécie ao clima e solo local. Considere ainda a responsividade à adubação.
4 – Observe os prejuízos ambientais
Os cuidados com a pastagem devem ser feitos observando a sustentabilidade em relação ao solo. Ter essa visão é fundamental para a preservação do solo da propriedade.
Vale a pena conhecer o Plano ABC, desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Trata-se de um conjunto de iniciativas que visa reduzir a emissão de carbono. O Plano e o Programa ABC constituem maneiras de recuperar pastagens.
De acordo com pesquisas e estudos científicos, as áreas de pastagem degradadas se configuram em locais propícios à emissão de gases de impacto no efeito estufa. Consequentemente, aceleram o aquecimento global e as mudanças climáticas.
No processo de degradação, ocorre a mineralização da matéria orgânica. Essa matéria vai se perdendo e gerando os gases do efeito estufa, como dióxido de carbono e metano. Também ocorre o processo de assoreamento dos cursos de água.
5 – Considere os custos
No decorrer dos anos, os preços da recuperação de pastagens foi se alinhando com o preço da arroba do boi. A grande diferença é que hoje já existem alternativas para a busca por um financiamento e quebra do círculo vicioso constituído por pastos ruins e animais com perda de peso recorrente. É possível combater a falta de recursos e fazer melhorias.
6 – Sistema integrado
A adoção de um sistema integrado é uma excelente alternativa. Esse é um caminho indireto em que é utilizada a troca da espécie forrageira e do estabelecimento do trabalho com a agricultura. É possível dar início ao cultivo de leguminosas, essência, madeira entre outros.
Gostou de saber mais sobre as dicas de recuperação de pastagens? Acesse outras postagens do blog da Rodeo West para conferir mais dicas e novidades sobre o universo country!
Fonte da Imagem: pixabay.com