Como funciona a agricultura regenerativa?
A agricultura regenerativa é um conceito que vem ganhando espaço no âmbito agrícola nos últimos anos. Trata-se de um conjunto de técnicas com foco na reabilitação e conservação dos sistemas agrícolas. No artigo a seguir iremos explicar o conceito e como ele funciona.
O que é agricultura regenerativa?
Consiste em um conjunto de técnicas que objetivam a reabilitação e conservação do solo para preservar a sua produtividade pelo maior tempo possível. A manutenção da produtividade contribui para evitar a necessidade de expansão da área produtiva. Dessa forma, é possível manter de pé mais áreas de floresta.
A importância da fertilidade do solo
Manter o solo fértil é essencial não apenas para a agricultura, mas também para a pecuária, devido ao fornecimento de forragem para o gado. Quanto mais férteis forem as áreas de pastagem, mais alimento o gado terá.
É importante ressaltar que o conceito de agricultura regenerativa abrange não apenas a manutenção da fertilidade de áreas já cultivadas, como também territórios abandonados ou que não estão em uso. Podemos citar entre as ações abrangidas nesse escopo reflorestamento, fortalecimento de zonas-tampão, restauração de turfas, aquicultura ecológica, entre outros.
Princípios da agricultura regenerativa
O princípio norteador da agricultura regenerativa é a preservação do meio ambiente e manutenção da saúde humana. Basicamente, isso significa que toda a exploração agrícola precisa contribuir para proteger a natureza e para a produção de culturas comercializáveis.
As vantagens principais da agricultura regenerativa são: potencializar a biodiversidade, melhorar a qualidade do solo e preservar o meio ambiente.
Há cinco princípios de base da prática de agricultura regenerativa que são:
1 – Eliminar o tratamento físico, químico e mecânico do campo
Esse é o princípio de agricultura regenerativa que está alinhado com as técnicas pré-industriais.
2 – Uso de culturas de cobertura
Durante todo o ano, o solo permanece coberto para evitar o processo de erosão. Esse método permite ter forragem e pastagem para a criação de gado e aves.
3 – Aumento da biodiversidade
As técnicas de agricultura regenerativa contribuem para ampliar a biodiversidade, através de técnicas como rotação de culturas, silvopastoreio e agrossilvicultura.
4 – Gado incorporado à produção agrícola
Entre os princípios da agricultura regenerativa está a incorporação do gado à produção agrícola.
5 – Raízes vivas das culturas perenes
As raízes vivas de culturas perenes são mantidas vivas.
Os princípios acima mencionados contribuem para manter um ciclo de agricultura regenerativa estação a estação. Porém, esses conceitos não são universais e a combinação deles depende das particularidades de cada produção agrícola.
Técnicas da agricultura regenerativa
O foco da agricultura regenerativa não está restrito ao salvamento ou restauro de florestas, aumento da fertilidade do solo ou adição de matéria orgânica. Há outras atividades praticadas para haver uma contribuição positiva para o meio ambiente, como o sequestro de carbono (para evitar as emissões para a atmosfera), aumento da biodiversidade e redução da poluição de rios e solo.
Quando há mais áreas de floresta preservadas e carbono do solo armazenado, há mais ar puro para respirarmos e redução do efeito estufa. Também devemos citar que uma das consequências positivas consiste em preservar habitats naturais, algo determinante para manter a biodiversidade.
A seguir listamos algumas das principais técnicas de agricultura regenerativa.
Plantio direto e cultivo de pastagens
A técnica do plantio direto gera o mínimo possível de perturbação do solo. Isso permite reduzir o processo de erosão e reduzir as emissões de dióxido de carbono. Nessa técnica, a sementeira é feita usando perfuradores especializados ou plantadores de discos.
Uma parte importante do conjunto de técnicas de agricultura regenerativa é o cultivo de pastagens. Basicamente, os grãos são usados como gramíneas para funções de pastoreio. É uma forma de evitar que os solos fiquem nus e mais sujeitos à erosão.
Cultivo anual orgânico
Esse tipo de cultivo defende que não sejam utilizados pesticidas ou fertilizantes químicos, assim, é possível reduzir o impacto das atividades humanas agrícolas ao meio ambiente. Trata-se de um tipo de agricultura mais cara, que oferece menos lucro e demanda mais mão de obra comparativamente a técnicas industriais.
No entanto, observando no longo prazo, adotar o cultivo anual orgânico oferece uma série de benefícios. A população tem acesso a alimentos mais saudáveis e o meio ambiente é preservado.
Pastoreio gerido de forma holística
Esse sistema consiste no uso rotativo de pastagens, parecido com o comportamento natural dos animais. O gado se move de área em área, alimentando-se de erva fresca e gerando estrume verde que potencializa a fertilidade dos pastos. Assim, a erva pode voltar a crescer em outras áreas.
Cultivo perene
A função das culturas perenes é manter o solo coberto, evitando, assim, a erosão hídrica e do vento. As raízes desses cultivares oferecem essa proteção e ainda acumulam umidade, reduzindo custos agrícolas com operações de cultivo e controle de ervas daninhas.
Compostagem e chá de compostagem
A fertilidade do solo é restaurada a partir do composto que fornece matéria orgânica. Considera-se de uma concentração ótima de matéria orgânica nas camadas superiores de terra entre 3% e 5%.
É importante que seja incorporado no solo por pelo menos seis polegadas. O chá de compostagem consiste em um líquido de infusão (motivo do nome) que fornece microorganismos e nutrientes solúveis para que as plantas possam crescer saudáveis.
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