Saiba o que significa e como fazer o mapeamento da fertilidade do solo

O mapeamento da fertilidade do solo é uma prática da Agricultura de Precisão (AP) que contribui para uma maior economia e produtividade em médio e longo prazo. Continue lendo para saber mais sobre a técnica e os benefícios que ela pode oferecer.

O que é mapeamento da fertilidade do solo?

O mapeamento da fertilidade do solo é uma técnica da Agricultura de Precisão que está sendo cada vez mais utilizada para a realização de uma adubação mais consciente e positiva para plantações. Essa técnica se baseia na confecção de mapas que indicam a existência de manchas de nutrientes de acordo com a localização espacial.

A partir desses mapas, se torna mais fácil identificar quais são as necessidades de cada área da lavoura,permitindo a aplicação correta de fertilizantes e corretivos. Os mapas determinam o que cada região precisa para que sejam aplicadas as quantidades certas de cada produto de fertilização e correção. O processo de adubação é realizado de maneira otimizada a partir dos mapas.

Mapeamento da fertilidade do solo: como ele é feito?

Para fazer um mapeamento da fertilidade do solo é necessário criar uma grade amostral. Esse passo pode ser realizado com o uso de aplicativos de smartphones e softwares de sistemas de informação geográfica (SIG) como, por exemplo, o QGIS.

Tendo feito a grade, chega o momento da extração de amostras com quadriciclos, trado ou amostradoras que podem ser elétricas, hidráulicas ou à combustão. As amostras devem ser encaminhadas ao laboratório que irá realizar a análise, gerando dados brutos ou, em alguns casos, até dados já processados.

A partir dos dados da análise das amostras, é possível desenvolver mapas com indicações precisas dos cuidados necessários com cada parte da plantação. Dentre as recomendações que os mapas podem fornecer estão quais os tipos de produtos que devem ser aplicados, além dos equipamentos mais indicados.

O processo todo de geração da grade, coleta de amostras, envio e devolução do laboratório e aplicação nos mapas leva, em média, de 10 a 20 dias. Essa é uma ferramenta bastante satisfatória para agricultores que podem realizar a aplicação de insumos de forma mais alinhada com as necessidades específicas de cada área.

Mapas de produtividade

Outra forma de empregar essa metodologia é através dos mapas de produtividade que fazem uma análise, além dos nutrientes do solo. Consideram também a produtividade das culturas e a sua consequente extração de nutrientes.

É importante esclarecer que a produção dos mapas de produtividade demanda grande conhecimento por parte do agricultor, assim como a calibração correta dos equipamentos instalados nas máquinas. Por esses motivos, os mapas de produtividade ainda não são muito utilizados no Brasil.

Como a interpretação dos mapas de fertilidade é feita?

Antes de qualquer coisa, é válido dizer que os melhores resultados são obtidos pela combinação das informações dos mapas de fertilidade e produtividade. Com mais dados, se torna mais simples identificar as machas e a variabilidade nas lavouras.

O agricultor consegue compreender mais efetivamente as relações entre causa e efeito quando tem acesso a ambos os mapas. Basicamente, áreas que têm menor volume de produção são menos férteis.

Há diferentes tipos de interpretação que podem ser feitas, tudo depende do modelo de gerenciamento adotado pela propriedade. Por exemplo, há fazendas que desejam aumentar o volume de produção. Para isso, utilizam os mapas de fertilidade para repor os nutrientes perdidos e, também, empregar técnicas agronômicas para inserir mais doses de fertilidade, contribuindo para uma maior produtividade.

Também há propriedades em que o foco está em reduzir o uso de insumos. Nesse caso, os mapas de fertilidade ajudarão a fazer adubações focadas em determinadas áreas. A ideia é apenas repor o que foi utilizado pelo solo e reforçar o que foi perdido devido as culturas.

Métodos para adubação a partir de mapas de fertilidade

Os mapas de fertilidade permitem identificar diferentes necessidades de fertilização nas lavouras, mas como realizar essa adubação diferenciada? A solução é aplicar os insumos em taxas variadas de acordo com as indicações dos mapas, para isso, é necessário utilizar equipamentos específicos. Em geral, esses equipamentos contam com alguns acessórios como:

GPS: que permite a localização das lavouras.

Monitor: integra o sistema e permite que o sistema leia as recomendações do mapa.

Controladores: responsáveis pelo controle da aplicação, mantendo o ritmo da velocidade da esteira ou da abertura da comporta.

No entanto, é válido dizer que, mesmo não tendo equipamentos com esses kits, é possível fazer a aplicação dos insumos de forma diferenciada e especializada. Para isso, é possível demarcar áreas previamente nas lavouras, contando com o auxílio de aplicativos de smartphones. Dentro das zonas a aplicação será fixa, porém, pode variar de uma zona para a outra. Pode variar a dose e regulagem do equipamento.

Os mapas da fertilidade do solo são excelentes aliados para as lavouras!

Fonte imagem: pixabay.com