Crina de Bruxa
Curiosidades

Crina de Bruxa – O que isso quer dizer?

Você já encontrou algum cavalo ou égua com a crina embolada como se fosse uma trança e se perguntou como isso teria acontecido? Para quem respondeu que só pode ser coisa de Saci à meia-noite ou de bruxas, vai gostar de conhecer a explicação científica para esse acontecimento. Claro que é sempre legal manter certa aura de folclore, mas ter a informação correta é importante.

O que é crina de bruxa?

A famosa crina de bruxa, nada mais é do que a crina embolada, os pelos do equino ficam de tal forma dispostos que lembram uma trança. Quando os animais aparecem com a pelagem toda embolada é comum que algumas pessoas digam que se trata de trabalho de bruxas ou do Saci-Pererê. Porém, na verdade, há outra explicação para esse fato e que, inclusive, merece bastante atenção dos criadores.

Os vilões por trás dos pelos embolados da crina de cavalos são os morcegos hematófagos (aqueles que se alimentam de sangue). Eles se prendem na crina de cavalo para poder sugar o sangue do pescoço do equino. O procedimento consiste em fazer pequenos furos no pescoço para que o sangue escorra, permitindo, assim, que os morcegos se alimentem. 

Os criadores devem ligar o sinal de alerta com a chamada crina de bruxa porque morcegos hematófagos são transmissores de raiva equina. Então, ao identificar que eles podem estar sendo atacados é necessário tomar providências rapidamente.

O que é a raiva equina? 

A Raiva Equina é causada por um vírus sendo transmitida através da saliva de animais contaminados. A mordida de um morcego hematófago contaminado expõe o equino à raiva. É importante citar que nem todas as mordidas levam à infecção de raiva equina, pois nem todos os morcegos hematófagos estão contaminados e há casos em que a saliva não penetra na ferida.

O primeiro passo após a contaminação de cavalos com raiva equina é o surgimento de lesões primárias que atacam o sistema nervoso do animal afetado. Destacam-se como sintomas iniciais comportamentos anormais como relinchos frequentes, mais agressividade e distribuição de coices. Os cavalos podem ainda passar a dar mordidas, desenvolver cegueira aparente, ter cólicas, entre outros. 

Raiva equina: doença letal

Essa doença é relatada desde a Antiguidade, estando presente no mundo todo, e representa um grande risco para os animais e para o homem (pode ser transmitida para os seres humanos). A enfermidade é aguda e letal, levando ao desenvolvimento de um quadro de encefalomielite progressiva. Por ser uma zoonose de grande impacto, deve ser relatada imediatamente para um médico veterinário que deverá notificar as autoridades.

Diagnóstico da Raiva Equina

Infelizmente não existem métodos diagnósticos confiáveis de Raiva Equina antes da morte do animal. Os médicos veterinários se baseiam geralmente nas manifestações clínicas que o cavalo apresenta, assim como na situação epidemiológica na região em questão. Ao identificar que um animal está com os sintomas neurológicos da doença, é necessário isolá-lo e aguardar o seu falecimento natural ou promover a eutanásia.

Como já mencionamos acima, é necessário notificar o Serviço de Defesa Sanitária oficial (Casa da Agricultura ou Escritório de Defesa local). A autópsia, assim como a coleta de material para diagnóstico, pode ser feita pelos técnicos oficiais ou pelo veterinário. 

Devem ser adotadas todas as medidas de proteção individual para os profissionais que tiverem contato com o animal suspeito. Dentre os equipamentos de segurança estão luvas, máscaras, óculos e proteção, botas de borracha e jalecos/macacões. 

Qual o tratamento para Raiva Equina?

Não existe nenhum tratamento para a Raiva Equina, essa é uma doença letal. É importante que pessoas que tiveram contato direto com o animal sob suspeita da doença procurem o serviço de saúde local para que seja realizada a profilaxia pós-exposição caso seja preciso. 

Como prevenir? 

Na lista de cuidados com os cavalos deve estar a vacinação dos animais sadios para evitar a doença. Recomendamos que os seus equinos sejam acompanhados por um médico veterinário. Esse acompanhamento permite verificar alterações nas condições de saúde dos seus cavalos. 

Bruxas ou Sacis?

De acordo com lendas populares os embolados das crinas de cavalos resultam de travessuras do Saci-Pererê ou de ações de bruxas. O Saci, durante muito tempo, foi o álibi perfeito para os morcegos, afinal, até se dizia que ele bebia o sangue dos equinos, sendo responsável por um grande tormento da vida rural. 

A passagem do Saci pode ser percebida através do redemoinho pelo do qual ele se desloca pelas pastagens. Dizem que se pega o Saci usando uma peneira e que quem conseguir pegar o seu gorro pode pedir o que quiser que ele irá obedecer. O folclore brasileiro é rico em histórias e deve continuar assim, mas já sabe que se os seus cavalos aparecerem com tranças precisa levá-los para um check-up! 

Agora você já sabe o que é e qual a origem da crina de bruxa. Espalhe a informação para outros criadores, enviando este conteúdo para eles!